Ser defensor dos direitos humanos deveria ser obrigação de todo cristão
A 1ª vez que vi Pe. Júlio, foi um dos momentos mais bonitos da minha vida. Vi, claramente, Jesus entrando na igreja, com um colete azul, cabelinho branco e uma humildade que me constrangeu completamente. A humildade pura, genuína e materializada: Jesus estava ali.
Não há nenhuma outra liderança que eu respeite mais nessa vida. Pe. Júlio representa o que a Igreja deveria, realmente, ser.
Mas que não é.
E não é, pela interpretação equivocada dos ensinamentos – ou só ruindade, mesmo – que um pessoal reproduz. Padre, repito o que disse olhando nos seus olhos, semana passada: o senhor é meu combustível para continuar vivendo dentro de uma Igreja em que os valores parecem estar ao avesso.
O senhor me lembra, todos os dias, quem são os verdadeiros cristãos e reproduz, fielmente, os ensinamentos de Cristo.
Hoje foi uma missa triste. A celebração foi marcada pelo tom de choro contido. A covardia presente no bilhete deixado na porta da igreja, é exatamente o reflexo do que são essas pessoas que se dizem “religiosas/de bem”. Utilizam, covardemente, a religião para reafirmar aquilo que há de mais podre em suas almas: o preconceito, aporofobia, intolerância, julgamento.
Violência.
O retrato dos 4 anos de um Brasil de Morte.
A tristeza e o cansaço presente nos olhos do padre, simbolizam a luta pela sobrevivência.
Faço um paralelo com a partilha da querida @neidinha_surui na preparação para a cúpula da Amazônia, em que participei neste mês.
Neidinha abriu o debate falando das inúmeras vezes em que foi ameaçada de morte. O motivo? Lutar por dignidade.
Essa é a realidade dos que clamam por justiça social no país. Vai além do ódio ao ativista: é um ódio à causa.
Padre, que São Miguel proteja sempre a tua missão.
Carregas a dor de um povo que suplica por alimento, moradia e inclusão.
É uma luta pelo Brasil, ao passo que é a luta pelo irmão.
O Brasil ali, deitado no chão, recebe o teu alento, agasalho e o pão.
E, na mão estendida, Jesus se faz presente neste ato de compaixão.
Padre, eu te amo profundamente!
És a essência viva de Cristo.
Estamos, sempre, com o senhor.
Iasmin